ciganos I
«Uma vez era uns ciganos que estavam a roda de uma fogueira bebendo. Só homens! Beberam, beberam, beberam, até que ficaram mareados. Um cigano mareado por um lado é bom, que fica muito alegre, mas por outro, às vezes, é mau, que lhe sobe o sangue logo à cabeça. Foi o que aconteceu nessa noite, começaram a discutir uns com os outros, já a brigarem. Um deles que estava com os nervos na cabeça jurou pela alma do seu pai que matava um. Lá os separaram, o tal que fez a jura foi pra casa e acalmou-se.
À noite do dia a seguir, o irmão do tal cigano, chegou-se ao pé dele e disse que ele tinha que cumprir a jura que tinha feito pela alma do pai. O cigano estava um bocado contrariado porque era amigo do outro. Mas a jura estava feita tinha que ser cumprida, senão a alma do pai ia ficar a penar pró resto da vida.
Ele estava a atrasar um bocado a matá-lo. Custava-lhe! Enquanto ele andava neste mata-não-mata, o irmão foi à pergunta desse tal cigano. Encontrou-o! Encontrou-o à noite a dormir escondido num celeiro. Puxou da faca, matou-o.
A jura não podia ser deixada em baldes. Por isso é que há mortes e grandes lutas entre ciganos. Quando um cigano jura tem que cumprir, atão pelos mortos não há nada mais sagrado.»
Esta história retrata bem a cultura cigana. Embora possa ser uma história violenta, através da visão da cultura dominante, evidencia os valores da cultura cigana. Através desta pequena história percebe-se a diferença cultural existente entre a cultura cigana e a cultura dominante.
Falar de ciganos sem falar de racismo, xenofobia, discriminação é uma tarefa árdua pois estas são as conotações normalmente associadas à etnia cigana. Raramente se fala da cultura cigana: da música cigana, da dança cigana, da tradição cigana. Fala-se igualmente de integração mas por via da aculturação que visa o desaparecimento da cultura cigana.
À noite do dia a seguir, o irmão do tal cigano, chegou-se ao pé dele e disse que ele tinha que cumprir a jura que tinha feito pela alma do pai. O cigano estava um bocado contrariado porque era amigo do outro. Mas a jura estava feita tinha que ser cumprida, senão a alma do pai ia ficar a penar pró resto da vida.
Ele estava a atrasar um bocado a matá-lo. Custava-lhe! Enquanto ele andava neste mata-não-mata, o irmão foi à pergunta desse tal cigano. Encontrou-o! Encontrou-o à noite a dormir escondido num celeiro. Puxou da faca, matou-o.
A jura não podia ser deixada em baldes. Por isso é que há mortes e grandes lutas entre ciganos. Quando um cigano jura tem que cumprir, atão pelos mortos não há nada mais sagrado.»
Esta história retrata bem a cultura cigana. Embora possa ser uma história violenta, através da visão da cultura dominante, evidencia os valores da cultura cigana. Através desta pequena história percebe-se a diferença cultural existente entre a cultura cigana e a cultura dominante.
Falar de ciganos sem falar de racismo, xenofobia, discriminação é uma tarefa árdua pois estas são as conotações normalmente associadas à etnia cigana. Raramente se fala da cultura cigana: da música cigana, da dança cigana, da tradição cigana. Fala-se igualmente de integração mas por via da aculturação que visa o desaparecimento da cultura cigana.
O meu comentário, mais histórico do q os vossos tão "actuais", está no meu blog, post nº 1586.
Até cito um exemplo quase actual!
01:58
Caríssimos:
este excerto faz parte de um trabalho que desenvolvi para Sociologia da Cultura. Irei publicar o resto. Julgo que encontrarão algumas ideias interessantes...
23:17
CIGANOS e MINHOTOS
Todas as quartas-feiras reunem-se com o ar polido das roupas de feira, à noite para cânticos de uma religião de que não sei o nome. Depois do ritual liberatório invadem o café bebendo galões e chás de limão e dando doces e sumos às crianças que pupulam na rua aquela hora tardia.
Luis e Fernando eram dois irmãos minhotos: Luis tinha o condor de estar constantemente à pancada; um dia ao subir a escadaria que levava ao liceu levou uma cabeçada na cara. O irmão dois palmos mais alto deu uma tareia junto com o irmão entretanto restabelecido e a sangrar, ao desgraçado. Eu, João e Henrique ficamos a olhar enquanto que os dois comparsas do desgraçado faziam o mesmo. Luis contou-me mais tarde que um tio direito matou um homem a tiro porque estava a roubar fruta no seu pomar.Encontrei Luis anos mais tarde a frequentar um seminário, e ocupado a tratar de doentes mentais em Sintra, filhos escorraçados das nossas elites.
Que sei eu de ciganos, ou minhotos ?
Eu alfacinha, mistura de sangue beirão com minhoto?
Viriato
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